Você já vasculhou aquela gaveta cheia de miudezas e encontrou uma velha moeda de metal brilhante? Se o exemplar for a moeda de 1 cruzeiro de 1972, comemorativa dos 150 anos da Independência, fique atento. Determinados erros de cunhagem podem multiplicar o valor da peça em centenas de vezes, chegando a cotações de até R$ 700 no mercado numismático. A seguir, entenda por que essa pequena lembrança histórica pode se transformar em uma renda extra surpreendente.
A trajetória histórica da moeda de 1 Cruzeiro de 1972
Lançada em 7 de setembro de 1972, a moeda de 1 cruzeiro de 1972 celebrou o sesquicentenário da Independência do Brasil. Produzida em aço inoxidável pelo então Serviço de Moeda e Medalhas, a tiragem oficial ultrapassou 110 milhões de unidades, o que, à primeira vista, a tornaria comum. Contudo, a mesma produção em massa que popularizou o exemplar também gerou falhas técnicas nos cunhos, criando variedades raras.
No anverso, o design exibe a efígie de Dom Pedro I ladeada pela inscrição “Independência” e o ano de 1822. No reverso, vê-se o valor facial “1 Cr$” e a data “1972”. Embora a maioria das peças valha entre R$ 1 e R$ 10, certos defeitos de fabricação engordam esse montante em centenas de reais.
“Peças comemorativas quase sempre atraem interesse, mas são as anomalias de fabricação que realmente movem o preço para patamares altos”, explica o numismata Marcelo Vieira, membro da Sociedade Brasileira de Numismática.
Principais erros de cunhagem que elevam a cotação
Entre os colecionadores de moedas raras brasileiras, quatro tipos de falhas se destacam como os mais lucrativos para a moeda de 1 cruzeiro de 1972:
- Deslocamento de cunho – Quando a imagem é impressa fora do eixo, deixando bordas largas de um lado e estreitas do outro.
- Dupla impressão – Letras ou números aparecem duplicados, provocando efeito “fantasma” perceptível a olho nu.
- Quebra de cunho – Fragmentos do molde se soltam, formando manchas ou linhas elevadas no metal.
- Desalinhamento de anverso e reverso – As faces não coincidem ao girar a moeda verticalmente, apresentando rotação superior a 15 graus.
Qualquer uma dessas falhas, principalmente em bom estado de conservação, pode elevar o preço para R$ 400, R$ 500 ou até R$ 700, conforme demanda de colecionadores.
Como reconhecer se sua peça possui o defeito cobiçado
Antes de anunciar sua moeda de 1 cruzeiro de 1972, siga este passo a passo simples:
- Iluminação adequada – Use luz branca direta. Lâmpadas dicroicas ou LEDs de alta potência revelam detalhes minúsculos.
- Lupa de 10× – Ferramenta essencial para localizar linhas duplas, microtrincas ou letras borradas.
- Giro de 180° – Gire a moeda verticalmente. Se a imagem do reverso não ficar perfeitamente alinhada, há rotação.
- Comparação com peça comum – Tenha um exemplar sem defeitos à mão para perceber diferenças de espessura de borda ou falta de detalhes.
Caso identifique algum indício, fotografe em alta resolução, preferencialmente com fundo neutro e mais de um ângulo. Isso facilitará a avaliação de especialistas e evitará dúvidas sobre autenticidade.
Cuidados de conservação que mantêm o valor
Mesmo uma moeda de 1 cruzeiro de 1972 com erro valioso pode perder grande parte do preço se apresentar riscos ou oxidação. Para preservar a peça:
- Evite polir – Produtos abrasivos removem a pátina original, fator importante na numismática.
- Armazenamento correto – Guarde a moeda em cápsulas acrílicas ou envelopes de acetato, longe de umidade.
- Temperatura estável – Mudanças bruscas provocam condensação e mancham o aço inox.
- Manipulação com luvas – Impressões digitais reagem com o metal e deixam marcas permanentes.
Ao seguir esses cuidados, você garante a integridade da peça e amplia o público disposto a pagar mais.
Onde vender e quanto esperar receber pela moeda
Depois de confirmar o defeito e garantir a conservação, surgem as opções de venda. As mais seguras incluem:
- Sites de leilão numismático – Plataformas como Brasil Moedas Leilões reúnem colecionadores especializados, oferecendo maior liquidez.
- Grupos em redes sociais – Comunidades no Facebook e no WhatsApp permitem negociação direta, mas exigem cautela quanto a golpes.
- Casas de numismática – Lojas físicas avaliam e compram na hora, porém tendem a pagar um pouco menos para cobrir custos.
O preço final dependerá de três fatores:
- Tipo e raridade do erro de cunhagem
- Estado de conservação da moeda (classificação MBC, Soberba ou Flor de Cunho)
- Momento do mercado — procura pode variar ao longo do ano
Em média, exemplares com pequenos deslocamentos chegam a R$ 250. Já falhas dramáticas de dupla impressão, em condição “Flor de Cunho”, alcançam facilmente os cobiçados R$ 700.
Converse com pelo menos dois especialistas antes de fechar negócio. Assim, você evita vender por menos do que a peça realmente vale.
Em resumo, a moeda de 1 cruzeiro de 1972 pode estar à espreita na sua gaveta, esperando apenas um olhar atento para revelar seu valor oculto. Examine, preserve e negocie de forma consciente. Sua próxima descoberta numismática pode transformar trocados em uma renda extra capaz de fazer diferença no orçamento.