Você pode estar carregando uma verdadeira joia numismática no bolso sem perceber. A moeda Olímpica de Judô, lançada pelo Banco Central para celebrar os Jogos Rio 2016, apresenta um defeito de fabricação raro que a faz sair de circulação comum para alcançar cotações de até R$ 250 no mercado de colecionadores. Neste artigo, você aprenderá a identificar a peça, entender o porquê do seu valor e descobrir como negociá-la com segurança.
Como nasceu a coleção comemorativa Rio 2016
Entre 2014 e 2016, a Casa da Moeda do Brasil cunhou 16 modelos diferentes de moedas bimetálicas de 1 Real, cada uma retratando uma modalidade olímpica ou paralímpica. O objetivo era divulgar o megaevento esportivo e aproximar o público do universo olímpico. Estima-se que mais de 40 milhões de unidades tenham sido produzidas no total, mas a tiragem foi distribuída entre todos os designs.
A estrela desta matéria, a moeda Olímpica de Judô, chegou às ruas em 2015. Ela traz, no reverso, dois judocas em plena disputa e, no anverso, o tradicional Cruzeiro do Sul ladeado pela inscrição “Brasil”. Em teoria, trata-se de uma moeda comum, destinada à circulação diária; contudo, uma minúscula falha de cunhagem mudou o seu destino e despertou o interesse de colecionadores no país inteiro.
Principais características da moeda Olímpica de Judô
Antes de procurar o erro, certifique-se de que tem a peça correta em mãos. Veja os detalhes que identificam a moeda:
- Valor facial de 1 Real com núcleo dourado e anel prateado.
- Diâmetro total de 27 mm e peso aproximado de 7 g.
- No reverso: dois atletas de judô, a logomarca Rio 2016 e a legenda “Judô”.
- No anverso: o Cruzeiro do Sul e a frase “Brasil 2015”.
- Rebordo parcialmente serrilhado, típico das moedas bimetálicas brasileiras.
Ainda que milhões de exemplares tenham circulado, apenas uma pequena fração apresenta o defeito de cunhagem que multiplica seu valor de mercado. Por isso, é fundamental conhecer o detalhe exato que separa uma moeda comum de um item que pode render algumas centenas de reais.
O erro de cunhagem que transformou a peça em raridade
O que faz a moeda Olímpica de Judô valer até R$ 250 é o chamado reverso horizontal (popularmente “reverso invertido”). Trata-se de um desalinhamento de 90º ou 180º entre os lados da moeda. Na prática, quando você segura o anverso na posição correta e gira o eixo vertical, o reverso deveria aparecer de pé; caso surja deitado ou de cabeça-para-baixo, você encontrou a variação com defeito.
“Erros de cunhagem são tolerâncias aceitáveis dentro de um processo industrial em alta velocidade. Quando passam pelo controle de qualidade e chegam ao público, tornam-se peças cobiçadas.” — Catálogo Vieira, 2024
Por ocorrer de maneira aleatória durante a produção, esse erro não tem volume exato conhecido, mas especialistas estimam que menos de 0,5% do total cunhado exiba o deslocamento. Essa escassez relativa, somada à temática olímpica e ao apelo do judô — segundo esporte que mais deu medalhas ao Brasil —, explica a escalada de preço.
Quanto vale a moeda no mercado numismático
O valor costuma variar de acordo com três fatores: estado de conservação, raridade do defeito e procura momentânea. Veja a média praticada em feiras especializadas e plataformas on-line:
- MBC (Muito Bem Conservada): R$ 60 a R$ 120
- SOB (Soberba): R$ 120 a R$ 180
- FC (Flor de Cunho): R$ 200 a R$ 250
É importante salientar que anúncios podem exibir valores inflacionados. O parâmetro mais confiável continua sendo catálogos de referência ou cotações em leilões que envolvem transações concluídas. De todo modo, mesmo na condição mais simples, a moeda supera em muitas vezes o seu valor facial, o que a transforma em oportunidade atraente para quem gosta de garimpar troco.
Dicas para comprar ou vender com segurança
Para quem pretende negociar a moeda Olímpica de Judô, alguns cuidados evitam prejuízos:
- Faça a verificação do reverso invertido com calma, usando superfície plana e boa iluminação.
- Fotografe ambos os lados em alta resolução antes de anunciar ou enviar a peça.
- Use lupa de, no mínimo, 10× para confirmar detalhes e descartar desgastes que imitem defeitos.
- Consulte catálogos atualizados (Vieira, Bentes, Amaral) para ter base de preço.
- Prefira plataformas com sistema de mediação ou feiras numismáticas reconhecidas.
- Se possível, solicite certificado de autenticidade emitido por avaliador independente.
Seguindo esses passos, você aumenta a chance de vender pelo valor justo — ou de adquirir um exemplar legítimo sem pagar a mais. Afinal, a popularização de coleções comemorativas também atrai falsificadores que tentam reproduzir erros com desgaste ou montagem, prática identificada por especialistas experientes.
Agora que você já sabe como identificar o defeito, quanto a peça pode valer e quais cuidados tomar, vale a pena revisar o conteúdo do seu cofrinho. Quem sabe a próxima moeda Olímpica de Judô rara não está justamente esperando no seu troco?
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