Imagine pagar um café e, sem querer, entregar uma peça que vale centenas de reais. Pode acontecer se você tiver em mãos a moeda de 1 real com erro de 2013, também conhecida como “REAL duas vezes”. Esse defeito de cunhagem fez a peça saltar de R$ 1 para até R$ 1.500 em leilões e marketplaces especializados. No artigo a seguir, você entenderá por que esse item se tornou tão cobiçado, como identificá-lo sem equipamentos caros e de que forma lucrar de forma segura, evitando falsificações e ofertas enganosas.
Por que a moeda de R$ 1 com erro virou objeto de desejo
A série regular de 2013 foi fabricada pela Casa da Moeda do Brasil para atender à demanda diária de circulação. No entanto, um pequeno lote saiu da prensa apresentando o termo “REAL” impresso duas vezes no reverso, imediatamente acima da faixa central. Como o controle de qualidade costuma interceptar imperfeições, poucas unidades escaparam para o público, o que elevou a raridade.
No universo numismático, raridade + condição = valor. Quando um defeito ocorre em baixa escala e interfere na estética sem comprometer a legibilidade, os colecionadores se entusiasmam. Essa combinação transformou a moeda rara de R$ 1 em peça-chave para quem completa séries contemporâneas. O resultado? Preços que superam em até 1.500 vezes o seu valor facial.
Como reconhecer o erro de duplicação “REAL duas vezes”
O exame pode ser feito em casa com uma lupa comum ou usando a câmera de um smartphone em modo macro. Procure estes sinais:
- Palavra duplicada: o segundo “REAL” aparece logo abaixo do original, ligeiramente deslocado.
- Bordas nítidas: ainda que o defeito exista, as letras mantêm contornos definidos, indicando erro na matriz, não desgaste posterior.
- Sem desgaste excessivo: riscos profundos reduzem o valor, pois dificultam autenticação.
Ao localizar esses indícios, fotografe ambos os lados da peça em alta resolução. Essa prova visual será valiosa para futuras negociações com numismatas ou casas de leilão.
Outros defeitos de cunhagem que elevam o valor das moedas
Além da moeda de 1 real com erro de duplicação, o mercado brasileiro premia diversas anomalias:
- Deslocamento de cunho (off-center): parte do desenho fica fora do disco metálico.
- Reverso invertido: ao girar a moeda na vertical, as faces ficam de cabeça para baixo.
- Rebrocagem: data ou legenda aparecem sobrepostas, gerando efeito “fantasma”.
- Quebra de cunho: falhas na matriz criam saliências irregulares.
Embora cada categoria possua cotação própria, a lógica permanece: quanto maior a escassez e a preservação, maior o preço alcançado.
Quanto os colecionadores pagam hoje: cotações e fatores que influenciam
Leilões numismáticos recentes, como os da Padicaio Leilões e da Sociedade Numismática Brasileira, mostram que o valor médio gira entre R$ 300 e R$ 1.500. Os principais critérios de avaliação incluem:
- Estado de conservação (Flor de Cunho, Soberba, Muito Bem Conservada).
- Comprovação de autenticidade por peritos ou catálogo reconhecido.
- Demanda momentânea, influenciada por reportagens ou alta do dólar, que atrai investidores estrangeiros.
“O mercado é dinâmico; peças Soberbas podem passar de R$ 800 em semanas de maior procura”, afirma o numismata Carlos A. de Souza, consultor da SNB.
Para obter a melhor oferta, acompanhe pregões on-line, use plataformas como Mercado Livre apenas para sondagem e evite fechar negócio sem avaliação prévia.
Dicas para conservar, avaliar e vender sua moeda rara
Proteção correta impede desvalorização:
- Lave suavemente em água corrente; nunca use abrasivos.
- Seque com pano de algodão, evitando fricção.
- Guarde em cápsulas plásticas livres de PVC.
Para avaliação, procure clubes numismáticos locais ou envie fotos a avaliadores credenciados. Ao vender:
- Prefira leilões especializados, que atraem público qualificado.
- Negocie contratos claros sobre comissão e frete.
- Peça pagamento via boleto registrado ou transferência identificada.
Assim, você reduz o risco de calotes e garante preço justo pela moeda rara de R$ 1.
Onde obter mais informações e evitar golpes
Golpistas criam réplicas banhadas a prata ou inserem dupla gravação por meios mecânicos. Para não cair nessa:
- Consulte catálogos como “Moedas Comemorativas e Erros Brasileiros”, de Amato & Irlei.
- Acesse fóruns oficiais, como Fórum Numismática, onde especialistas verificam imagens gratuitamente.
- Participe de encontros regionais promovidos pela Associação Brasileira de Numismática.
A educação é a melhor defesa. Ao entender padrões de fabricação, você identificará falsificações à primeira vista e aproveitará plenamente o potencial da moeda de 1 real com erro.
Confira agora seu troco: pode ser que a próxima fortuna esteja estampada em uma simples moeda esquecida no bolso.
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