Você já reparou se a sua carteira guarda uma moeda olímpica de 1 real com a modalidade atletismo? Lançada para celebrar os Jogos Rio 2016, essa pequena peça pode valer até R$ 900 quando apresenta erros de cunhagem procurados por colecionadores. Entender o que torna o exemplar raro, aprender a identificar defeitos e saber onde negociar a peça são passos decisivos para transformar um simples troco em lucro. Descubra, a seguir, tudo que importa sobre esse potencial tesouro que pode estar esquecido no seu cofrinho.
Como surgiu a moeda olímpica de 1 real
Entre 2014 e 2016, a Casa da Moeda do Brasil lançou 16 versões comemorativas de circulação comum para homenagear esportes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro. Cada modelo teve tiragem estimada em 20 milhões de unidades, número elevado que, à primeira vista, não parece gerar escassez.
O desenho do atletismo destaca um corredor em movimento, acompanhado da logomarca oficial Rio 2016. No reverso, permanece a tradicional efígie da República com o valor facial de R$ 1. A aparência bimetálica da série — anel externo em aço inox revestido de bronze e núcleo de aço inox — facilita a identificação imediata das peças comemorativas no dia a dia.
Contudo, nem toda moeda vale uma fortuna. O preço excepcional surge apenas em exemplares que escaparam ao controle de qualidade, exibindo falhas de produção que despertam a cobiça dos numismatas.
Erros de cunhagem que elevam o valor
Os colecionadores classificam as falhas em categorias diferentes. Para a moeda olímpica de 1 real do atletismo, as mais valorizadas são:
- Deslocamento de disco: quando o centro metálico aparece ligeiramente fora do anel externo.
- Dupla batida: cunhagem repetida que gera contorno duplicado no desenho.
- Falta de material: ausência parcial de metal em alguma área, formando “buracos”.
- Rotações incomuns: miolo ou anel girados em ângulo incomum em relação ao reverso.
Nem toda imperfeição é bem-vista. Riscos, desgastes ou manchas produzidos pelo uso corriqueiro não agregam valor e podem até reduzir o preço. Por isso, confirme se o defeito realmente veio da fábrica antes de buscar compradores.
“Quanto mais visível e raro o erro, maior o interesse do mercado. Um deslocamento de disco bem pronunciado pode multiplicar a cotação por dez”, explica o numismata carioca Paulo Oliveira, com 25 anos de experiência.
Tabela de preços atualizada (2024)
Os valores praticados em sites, feiras e grupos especializados variam conforme condição de conservação (estado Flor de Cunho, Soberba ou Muito Bem Conservada) e tipo de falha. Veja a média de preços observada:
- Sem erro, em circulação: R$ 10 a R$ 25.
- S/ erro, estado Flor de Cunho (sem marcas de uso): R$ 40 a R$ 70.
- Erro de deslocamento leve: R$ 150 a R$ 300.
- Erro de deslocamento acentuado ou dupla batida: R$ 400 a R$ 700.
- Combinação rara de erros (ex.: deslocamento + rotação): até R$ 900.
Os preços sofrem ajustes frequentes conforme oferta e demanda. Observa-se um movimento de alta desde 2022, impulsionado por vídeos virais em redes sociais, mas especialistas recomendam cautela. “Não confunda especulação com valor real; sempre cote em mais de uma fonte”, orienta Oliveira.
Como avaliar e conservar sua moeda
A primeira regra é manusear a peça o mínimo possível. Use luvas de algodão ou pinça de plástico para evitar impressões digitais. Armazene a moeda em cápsulas acrílicas ou saquinhos de PVC livre de cloro, mantendo-a longe de umidade.
Para avaliação precisa:
- Observe o design sob luz difusa; defeitos saltam aos olhos nesse cenário.
- Use lupa de 10x para identificar microdetalhes e confirmar a origem do erro.
- Compare com fotografias de catálogos, como o Catálogo Vieira ou o Guia Bentes.
- Peça uma segunda opinião em grupos de Facebook ou WhatsApp dedicados à numismática.
Certificações de empresas independentes, como NGC ou PCGS, podem elevar o preço final em leilão, porém custam entre R$ 100 e R$ 200 por exemplar. Avalie se o gasto compensa.
Onde vender (ou comprar) moedas raras
Com a avaliação em mãos, escolha a plataforma mais adequada:
- Sites de leilão online (eBay, Mercado Livre, BidBrasil): oferecem grande público, mas cobram taxas de 10% a 15%.
- Grupos especializados em redes sociais: negociação direta, sem comissões; confira reputação dos membros.
- Feiras numismáticas: ideais para contato presencial com lojistas e colecionadores experientes.
- Casas de leilão físicas: processo mais lento, porém oferece certificação e divulgação profissional.
Ao anunciar, publique fotos nítidas em alta resolução, mostrando frente, verso e detalhes do defeito. Informe peso (7 g) e diâmetro (27 mm) se possível. Transparência aumenta a confiança e reduz devoluções.
Compradores devem checar reputação do vendedor, solicitar imagens adicionais e, se viável, exigir carta registrada com seguro. Esses cuidados minimizam golpes cada vez mais frequentes no segmento de moedas raras.
Vale a pena guardar outras moedas olímpicas?
A série Rio 2016 inclui, além do atletismo, modalidades como basquete, golfe e natação. A maioria vale entre R$ 5 e R$ 15 sem erros. Entretanto, exemplares Flor de Cunho ou com falhas de fábrica já atingem valores superiores a R$ 200, tornando-se excelentes itens de entrada para quem quer iniciar uma coleção.
Montar o conjunto completo das 16 moedas é um hobby acessível. Ele requer paciência para garimpar troco no comércio ou trocas em grupos online, porém gera satisfação cultural e, potencialmente, lucro futuro.
Portanto, preste atenção às peças que passam pela sua mão. Pode ser que aquele R$ 1 aparentemente banal seja, na verdade, um ingresso para o universo lucrativo e fascinante da numismática.
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